Exposições | Imagens para o futuro

 

 

Exposição Imagens para o Futuro

Período: 13 de julho a 01 de setembro

Local: andar +2 do Anexo. 

Entrada gratuita.

Funcionamento: 

  • Quarta e quinta: 10h às 18h, com acesso às exposições até 17h30. 

  • Sexta a domingo: 13h às 20h, com acesso às exposições até 19h30. 

 

 

Imagens para o Futuro

 

Imagens para o Futuro reúne 36 fotografias de várias regiões do Brasil produzidas por 32 artistas, com curadoria das editoras Ivana Debértolis e Mônica Maia. 

O projeto apresenta um recorte visual sobre os possíveis caminhos para nossa sociedade do ponto de vista dos direitos sociais, que devem ser compartilhados por todos os seres humanos, tais como: educação, saúde, moradia, trabalho, alimentação, segurança e lazer.

São olhares sobre a contemporaneidade que também apontam, com certa esperança, para o que está por vir. “As imagens atravessam diversas expressões, no caso da fotografia documental e jornalística, que circulam quase que simultaneamente com os fatos, impactam diretamente as realidades e provocam reações, reflexões e movimentos que ressignificam a fotografia”, destaca a curadora Mônica Maia. 

Como explica a também curadora Ivana Debértolis, “as imagens miram o futuro e aventam possíveis caminhos para a nossa sociedade, do ponto de vista dos direitos sociais”. Para ela, o recorte imagético proposto na exposição convida a imaginar a existência como lugar sonhado e alcançado, no qual nenhum ser é alheio e em que todos se reconhecem sem distinção.

A exposição propõe, por meio das fotografias, uma reflexão sobre os modelos atuais de convivência humana, assim como apresenta iniciativas que poderiam salvar nosso porvir, por contribuírem para uma sociedade mais humana, justa, igualitária e com respeito às diferenças e liberdades individuais. Assim, o projeto traz à tona imagens críticas, que expõem as fissuras da realidade atual no que diz respeito aos direitos econômicos, sociais, culturais, civis ou políticos, ao lado de outras, que insinuam novos e possíveis caminhos no âmbito desse contexto.

 

A partir de uma pesquisa, foram selecionadas imagens fotográficas produzidas em todas as regiões do país, no período de 2012 a 2023, buscando construir uma narrativa imagética contestadora e abrangente das diversas realidades existentes país afora. O propósito de trazer tais questões essenciais para o debate é incentivar e promover o pensamento crítico e independente, que pode vir a contribuir para a transformação de práticas rumo à construção de um futuro mais justo para a sociedade em sua abrangência.

 

Um audiopoema é executado ininterruptamente durante a visitação, com conteúdo composto pela artista Karen Debértolis especialmente para a exposição. A intenção é criar um diálogo entre as imagens e a ambientação sonora, ampliando a experiência do público.

 

Para promover a acessibilidade, todas as fotografias expostas contam com representação em fotografia tátil e uma audiodescrição, possibilitando que as pessoas cegas ou de baixa visão possam interagir com as imagens. 

 

Artistas participantes:


Ahmad Jarrah

Alex Almeida

Amanda Perobelli

Ana Carolina Fernandes

Andressa Zumpano

Antonello Veneri
Brenda Alcântara
Bruno Morais

Christian Braga

Dan Agostini

Danilo Verpa

Diego Baravelli

Felipe Fittipaldi

Gisele Martins

Helen Salomão

Hudson Rodrigues
Hugo Martins

Ilana Bar

Ingrid Barros

Isis Medeiros

Lalo de Almeida

Luca Meola

Luisa Dörr

Márcia Foletto
Milena Paulina

Mônica Zarattini

Rafael Mattar

Rafael Vilela

Raphael Alves
Rejane Alice

Tiago Queiroz

Walda Marques

 

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Mirar o futuro, iluminar o presente

 

A dignidade da pessoa humana é um fundamento do Estado Democrático de Direito, prevista como um princípio fundamental da República Federativa do Brasil. 

 

A dignidade humana, assim como o prazer da existência e suas inúmeras possibilidades e caminhos, está absolutamente atrelada à qualidade de vida e bem-estar social disponíveis a cada indivíduo, que atua, pessoal e coletivamente, na sociedade na qual está inserido. O anseio pela felicidade é, certamente, algo particular e subjetivo, porém, não é difícil concordar que sem o mínimo para condições iniciais de liberdade, não há contentamento. 

 

As incertezas e desigualdades sociais, econômicas, culturais e existenciais são pontos definidores na busca por essa satisfação. Enxergar a outra pessoa na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e das suas diferenças, faz parte dessa construção desejada. 

 

As fotografias aqui apresentadas propõem uma narrativa imagética contestadora e abrangente das diversas realidades existentes país afora. Observamos o presente e apontamos a flecha para o futuro, lançando a pergunta: Que Brasil queremos para as próximas décadas e gerações? 

 

As imagens miram o futuro e aventam sobre os possíveis caminhos para a nossa sociedade do ponto de vista dos direitos sociais, e sugerem uma reflexão sobre os modelos atuais de convivência humana, assim como, iniciativas que poderiam salvar nosso porvir, por contribuírem para uma sociedade mais justa, igualitária e com respeito às diferenças e liberdades individuais. 

 

O futuro proposto como representação de esperança e urgência por mudanças sistêmicas e ações positivas, individuais ou coletivas, públicas ou privadas, que assegurem os direitos humanos básicos, tais como: erradicação da pobreza e redução das desigualdades de forma sustentável, ampliação de direitos e fortalecimento da democracia, interrupção de qualquer tipo de violência e das opressões raciais, de gênero, de orientação sexual, entre tantas outras.



O sentimento de existir deve(ria) ser uma experiência boa e fraterna, para todo ser humano, na maior parte de sua íntima trajetória. Nos cabe aqui, neste recorte imagético de tempo e espaço, imaginar a existência como lugar sonhado e alcançado, no qual nenhum ser é alheio, onde tudo está interligado e todos a ele pertencem e nele se reconhecem sem distinção. 

 

O futuro pelo qual ansiamos, também anseia por nós.



Ivana Debértolis - curadora




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Imagem-esperança, uma fenda no tempo

 

A bandeira Guarani se impõe sobre a paisagem urbana, a lança em punho do guerreiro demarca espaços de poder, as mãos entrelaçam raízes ancestrais, os corpos livres giram em roda, os banhos de rio, os ventos da infância, o som do bate-bola protesta contra opressões, o abraço no tronco que sangra como um gesto que protege os territórios inundados, as florestas derrubadas, os povos indígenas ameaçados, as escolas abandonadas, as pessoas em situação de rua e a fome, são memórias futuras que serão vistas dentro de um contexto histórico, algumas com indignação, outras com respiro de que talvez tenhamos tempo.

 

A edição apresentada propõe uma narrativa que conecta temas e territórios com foco nos Direitos Sociais, objetivo da exposição coletiva "Imagens para o Futuro", pelo ponto de vista de diversas gerações e regiões do país. As fotografias também dialogam com os Direitos Culturais e Ambientais, aspectos fundamentais para a garantia dos Direitos Originários. Tudo é parte de quem somos, uma jornada em busca do autoamor, do afeto, da relação em harmonia entre semelhantes e diferentes, dos lugares de felicidade, como quem veste azul e emerge do mar.

 

Imagens atravessam diversas expressões, no caso da fotografia documental e jornalística, que circula quase que simultaneamente com os  fatos e histórias vividas, impactam diretamente sobre as realidades e provocam reações, reflexões e movimentos que reforçam ou ressignificam as fotografias vistas em outros tempos. Alguns trabalhos utilizam práticas ficcionais propondo debates sobre realidade e verdade, outros atuam nas áreas de pesquisas com intuito de preencher lacunas e reescrever o que nos foi contado. 

 

O lugar da imagem é amplo, entre eles destaca-se a memória, o sentimento e o documento. Importante reconhecer vestígios e fissuras, a fim de proporcionar recomeços onde não existam ambientes sensíveis a gênero, raça e desigualdades sociais. Criar e compartilhar histórias visuais faz da fotografia uma potente ferramenta onde elementos se transformam em informação, comunicação e representação. Ao serem interpretadas ou ressignificadas já se tornam um tempo passado. Quais imagens ocuparão o futuro? 

 

Imagem-resistência, dancemos nossas liberdades!

 

Mônica Maia - curadora