Laboratório dos Sentidos
As lembranças mais marcantes da minha infância não são imagens, são lembranças sonoras. Os sons!
Passei os primeiros anos da minha infância sem usar da fala. Foi algo que por algum motivo me faltou. O sentido da fala, só me chegou aos quatro anos de idade.
Hoje, temos a compreensão, que os sentidos, durante a infância, são fundamentais para a formação cognitiva e é algo muito mais complexo que o mais dos sofisticados aparatos tecnológicos.
O processo do adquirir o conhecimento, nos parece coisa simples, mas não o é. Comumente, nós construímos o nosso pensamento utilizando sons e imagens mentais.
Poderíamos dizer que o fluxo do pensamento e o da comunicação, se dá de forma serial, ou seja, são imagens e sons, seguidos de mais sons e imagens, continuamente. Com isso, nossos sentidos vivem imersos permanentemente, em um sofisticado sistema de comunicação, com fluxos e contra fluxos de coisas que nos chegam do mundo externo, principalmente pela visão e audição.
Curiosamente os deficientes visuais e auditivos adotam outras estratégias através de outro recursos cognitivos, mas, em ambos os casos, o pensamento se constrói com a associação de signos.
É comum pensarmos que o mundo só existe para nós, através dos nossos sentidos e sendo assim, muitas vezes, desejamos eternizar cenas e momentos vivenciados fisicamente.
Hoje, a tecnologia disponível, permite a cada um de nós, a apropriação de momentos cênicos percebidos pelos sentidos. São imagens e sons de momentos únicos.
Os fotógrafos e os artistas da imagem e do som, seriam portanto, apenas embalsamadores de cenas do cotidiano?
Graças a essas mesmas apropriações e embalsamamentos voluntários, boa parte da história do nosso povo foi preservada e hoje pode ser contada aqui nesse Museu.
Vozes humanas estão gravadas com incrível fidelidade sobre pedaços de vinil e sobre os incríveis discos de cera. Cenas da nossa cultura, estão imortalizadas sobre prata e poliéster ou em frágeis papeis fotográficos. Essa exposição traz um pouco dessas tecnologias de armazenamento de histórias. Aqui vocês vão poder explorar e vivenciar interativamente conceitos da visão e da audição, explorando máquinas fabricadas especialmente para isso.
Estão expostas algumas curiosidades tecnológicas que fazem parte do acervo do Museu e que no passado eram usadas para capturar e guardar as coisas que nossos sentidos viam e ouviam pela vida.
Estamos nas dependências de um Museu que trata desse assunto. Um Museu que é o lugar das Imagens e dos Sons - históricos, experimentais, contemporâneos e futuros.
Estamos no Museu da Imagem e do Som do Ceará.
André Scarlazzari
A Luz e o Som
Os seres vivos possuem sensores ou receptores para perceber sinais ou estímulos do meio em que vivem. Em consequência, algumas modificações internas preparam o animal para reagir e se manter confortavelmente em equilíbrio com a natureza. Esses receptores são componentes fundamentais da Visão, do Paladar, do Olfato, da Audição e do Tato. Esta exposição tem relação direta com dois desses sinais com os quais convivemos constantemente: a luz e o som. A mostra se propõe a explicar, de forma interativa e experimental, alguns comportamentos interessantes de ambos.
A LUZ é um dos fenômenos mais instigantes da natureza e até hoje não está totalmente explicada. Inicialmente, uma teoria propunha que a luz era constituída de partículas, os fótons, e outra afirmava que a luz era de natureza ondulatória. Atualmente, acredita-se que seja constituída de ambas, partículas e ondas. A sua velocidade de propagação é de 300.000 quilômetros por segundo, e nada neste universo pode ser mais veloz do que ela. Considerando que somos capazes de observar a luz das estrelas, podemos concluir que a luz se propaga no vácuo.
O SOM, diferentemente da luz, é gerado por instrumentos ou fenômenos que produzem variações na pressão do ar. Ele se propaga em ondas similares àquelas formadas quando se atira algo sólido num lago. Assim, o som precisa de matéria para se propagar e, portanto, não se propaga no vácuo, como a luz. Ao nível do mar, a velocidade do som é de aproximadamente 0,344 quilômetro por segundo, muito abaixo da velocidade da luz. Para comprovar, observe o tempo entre a visão de um relâmpago e o som do seu respectivo trovão.
Sejam todas as pessoas bem-vindas a esta mostra sobre Luz e Som. Os equipamentos aqui expostos não são apenas para contemplação. Vocês devem interagir com eles de acordo com as instruções de cada um. Fiquem à vontade para manipular os aparelhos. Apertem, puxem, liguem, observem e, mais importante, tentem tirar suas conclusões sobre os fenômenos observados. Divirtam-se enquanto aprendem.
Marcus Vale
Funcionamento
Quarta e quinta-feira (10h às 18h, com acesso até 17h30)
Sexta a domingo (13h às 20h, com acesso até 19h30)