Abertura da exposição "Só de brincadeira", de Dim Brinquedim
Data: 05 de janeiro de 2024 (sexta-feira)
Horário: 17h
Local: Praça do MIS
Acesso gratuito e aberto ao público.
Período em cartaz: 05 de janeiro a 03 de março de 2024
Horário de funcionamento: aberta 24h, de segunda a domingo.
Classificação indicativa: livre
A exposição “Só de Brincadeira”, de autoria do artista plástico Dim Brinquedim, promove a imersão sensorial, afetiva e estética no tema da brincadeira, reunindo 13 esculturas lúdicas interativas. Dim Brinquedim, que é referência nacional na arte lúdica, propõe uma nova maneira de ler os objetos de arte, na qual o apreciador ultrapassa a recepção passiva e se torna o coautor que dá sentido à obra na dinâmica do brincar.
Esculturas expostas: Cadelita, Onça túnel, Gato túnel, Joaninhas, Bonecos no banco, Menina pulando, Brincando com o pião, Tijubina e Cena do beijo.
Dim Brinquedim é um artista brincante de Camocim, Ceará. As intervenções com esculturas alegres e que convidam à brincadeira são uma marca da obra do artista, e ocupam vias públicas, praças, museus e espaços públicos e privados, do Brasil e do exterior. A originalidade do seu trabalho é tema de documentários, homenagens, pesquisas acadêmicas e livros.
Saiba mais:
A brincadeira levada a sério
A exposição “Só de brincadeira” visa criar espaço de interação, brincadeira e convivência utilizando obras de arte, com design exclusivo do artista plástico Dim Brinquedim, como equipamentos e mobiliários. A mostra é voltada para a democratização do acesso à arte, e ao espaço do brincar para todos os públicos, independente de idade e classe social. Além de equipamentos de lazer, as esculturas, criadas pelo artista plástico Dim Brinquedim, com suas formas anatômicas e cores alegres, possibilitam o movimento corporal e o desenvolvimento motor, refinam o olhar, ampliam a capacidade perceptiva, estimulam a criatividade e criam ambientes acolhedores que favorecem a sociabilidade e o desenvolvimento emocional saudável. Essas esculturas que conciliam brincadeira, aprendizagem e fruição da arte são desenvolvidas por Dim Brinquedim há 30 anos. Os espaços com estas esculturas, situados em praças, escolas e parques, são atualmente utilizados por milhares de pessoas com grande aceitação. As peças confeccionadas em fibra de vidro e aço, e pintadas com tinta poliuretano, têm durabilidade de longo prazo, se mantendo intactas após anos de uso. E cada peça é única, com design exclusivo, o que lhe confere valor como patrimônio artístico cultural.
Com a ideia de despertar emoções afirmativas, a brincadeira, inspiração constante da obra do artista plástico Dim Brinquedim, e fator instigador de todo seu trabalho criativo, é o tema abordado pela exposição “Só de Brincadeira”. Para compor a exposição foram selecionadas 13 esculturas lúdicas. Dispostos em conjunto e interagindo entre si, os objetos criam uma atmosfera de encantamento e beleza que desperta e motiva o visitante para a compreensão do valor do lúdico para o equilíbrio emocional e para fortalecimento da alegria de viver. Programadas dentro de um nexo estético, os espaços expositivos serão interligados para que, em vez de um roteiro pré-definido, o visitante tenha a seu dispor um conjunto interativo que amplia sua imersão espacial e afetiva no tema da exposição. Os movimentos, as formas e as cores das peças criam questões formais de elevada elaboração poética para instigar o espectador à transfiguração do cenário de relações instrumentais em uma realidade solidária e alegre, onde a satisfação e o bem-estar advindo da brincadeira, da convivialidade e da fruição da arte e da natureza encontrem lugar. A persistência do apelo ao lúdico e a possibilidade de acesso, físico e sensorial, possibilita que o conjunto da exposição exerça uma motivação terapêutica no apreciador, que é instigado, por peças que convidam à interação, a ultrapassar a recepção passiva e se tornar coautor do brincar numa dinâmica infinita de recriação da brincadeira.
Dim Brinquedim
Antonio Jader Pereira dos Santos, o Dim Brinquedim, é um artista brincante brasileiro. Nasceu em 26 de fevereiro de 1967, em Camocim, Ceará. A prática de confeccionar brinquedos começou para Dim Brinquedim ainda na infância. Sua mãe era artesã e ele cooperava com os trabalhos dela, e desse modo adquiriu grande habilidade manual, a qual somou ao prazer de inventar.
Dim reinventava brinquedos artesanais tradicionais que ganhava da avó, trazidos por ela das festas de padroeiros das cidades vizinhas a Camocim, no Litoral Oeste do Ceará. Adolescente ainda, Dim já comercializava seus brinquedos. Com o passar dos anos, suas peças, de inspiração na cultura popular, se multiplicaram. Dim Brinquedim passou a ministrar cursos, inicialmente para a pastoral da Criança de seu município e de municípios vizinhos, depois para escolas e para instituições culturais de diversas regiões do Brasil.
No decorrer dos anos, seu trabalho de criação se multiplicou em telas, esculturas e brinquedos das mais diversas formas e tamanhos, que compõem praças públicas, áreas de convivência e acervos particulares e coleções de museus e espaços culturais como o Museu de Folclore Edison Carneiro-RJ, o Museu Janete Costa de Arte Popular-RJ, a Casa Museu do Objeto Brasileiro-SP, o Centro Cultural Dragão do Mar-CE, o SESC-RJ, dentre outros. A maior coleção de obras de sua autoria se encontra no Museu Brinquedim, em Pindoretama, Ceará. No Museu Brinquedim, Dim criou um acervo de importância fundamental para a constituição da memória dos brinquedos e brincadeiras do Brasil, para a revitalização da cultura do brinquedo artesanal e das brincadeiras tradicionais brasileiras, e para promoção da infância e do espaço do brincar.
Dim Brinquedim criou também acervo para outros espaços lúdicos. A Brinquedoteca de Paracambi-RJ é um desses espaços. Ela atua na formação de agentes multiplicadores de técnica de confecção de brinquedos artesanais, e teve os primeiros agentes multiplicadores formados por ele. Outros espaços, concebidos por Dim Brinquedim, são os “Espaços de referência do Brincar” do município de Horizonte, Ceará, criados em 2019. Estes espaços trazem em sua composição painéis, brinquedos e esculturas do artista, que retratam brinquedos e brincadeiras da cultura tradicional brasileira, e desse modo, reinsere esses brinquedos e brincadeiras como prática contemporânea, oferecendo a crianças e educadores instrumentos que promovem o diálogo entre as gerações.
Dim Brinquedim tem sua obra adotada como tema de pesquisas acadêmicas realizadas por pesquisadores de várias universidades brasileiras. E as principais editoras nacionais já publicaram livros didáticos que abordam sua obra, que é tema de aulas e releituras em escolas de todo o Brasil. Seu trabalho, é, também, referência para trabalhos e vivências educativas, de inserção da criança no universo da arte.
No ano de 2013, Dim Brinquedim recebeu uma homenagem da Escola de Samba Acadêmicos do Cubango, que levou para a avenida Marquês de Sapucaí um carro alegórico que abordava sua obra. Em 2019, a Escola de Samba União da Ilha do Governador prestou uma homenagem ao trabalho do Dim Brinquedim, com uma alegoria inspirada em seu trabalho. A originalidade de sua obra foi tema de várias matérias jornalísticas divulgadas a nível nacional por destacadas revistas e emissoras de TV. Em 2014, suas peças suas foram utilizadas no cenário da novela “Em família” da rede Globo. Em 2023, Dim foi selecionado pela SECULT/CE para receber a comenda Patativa do Assaré, dedicada a pessoas que tem notória contribuição na cultura cearense. Dim Brinquedim foi também tema da pesquisa intitulada “Dim, as artes de um Brincante” (1999), realizada por Beatriz Muniz Freire e publicada pela FUNART; do filme documentário “DIM Brinquedim” (2014), do cineasta Luiz Carlos Lacerda, veiculado pelo Canal Brasil; do Filme “Dim” (2004), do cineasta Nirton Venâncio; e do filme “Brinquedim, brinquetu, brincamos nós” (2011), de Jane Malaquias e Rui Ferreira. É um dos temas do livro “Em nome do autor” (2008), pesquisa sobre arte brasileira realizada pela jornalista Beth Lima e publicada pela Proposta Editorial-São Paulo; do livro “Eu era assim: infância, cultura e consumismo” (2009), do escritor Flávio Paiva, Cortez- São Paulo; e do livro “Brinquedos do Brasil” (2018), de Adriana Klisys, SESC- RJ.