Os registros sonoros aqui disponibilizados, das comunidades indígenas Jenipapo-Kanindé e Funil-Ô, são resultado do desejo de documentar as sonoridades de grupos tradicionais, indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, povos ribeirinhos, ciganos, de terreiro, dentre outros que constituem as diversas matrizes e matizes culturais do Ceará e, por extensão, do Brasil.
Ao longo da atividade, entendemos que se tratava mais do que o registro. As gravações de sonoridades ancestrais realizadas no estúdio do MIS, com equipamentos de alta qualidade e a possibilidade de partilha em outros biomas, blogosferas, cyberespaços e redes sociais é um convite às reflexões propostas por Ailton Krenak, sintetizadas na visão de que “o futuro é ancestral”.
Assim, para o MIS, é também um passo no exercício de tornar-se um museu comprometido com os ecossistemas sociais, que compreende a memória como uma possibilidade de articulação entre tempos, que estimula as trocas de saberes e fazeres e, consciente das transformações, propõe processos partilhados e colaborativos.
Neste sentido, a proposta de (re)conexão entre as tecnologias milenares da oralidade e as tecnologias “avançadas” de registro é antes de tudo um exercício de escuta. Que tenhamos sempre o que contar e cantar sobre o que aprendemos ouvindo nas rodas, nas calçadas, nos ritos, nos discos e streamings.
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